Indústrias brasileiras indo para o Paraguai por causa dos impostos
O ambiente tributário brasileiro há décadas se tornou um verdadeiro labirinto de regras, taxas, contribuições e obrigações acessórias. A carga tributária já é uma das mais altas do mundo, mas o problema não está apenas no volume de impostos e sim na complexidade absurda que transforma o ato de produzir em um desafio diário. Cada nova lei, circular, portaria ou atualização exige horas de estudo, consultorias, sistemas e, claro, custos. E quando o custo aumenta demais, as empresas buscam alternativas.

E é exatamente isso que tem acontecido: o Brasil está empurrando suas indústrias para o Paraguai.
Nos últimos anos, fábricas de diversos setores anunciaram migração parcial ou total de suas operações para o país vizinho, onde a tributação é mais simples, previsível e convidativa. E o caso que ganhou enorme repercussão foi o da CEO da Lupo, Mariana Gonçalves, que afirmou publicamente que, se a situação continuar, a empresa poderá transferir parte da produção para o Paraguai.
Sua fala não foi um desabafo isolado foi um alerta.
O Brasil tem um ambiente tributário caótico
O sistema tributário brasileiro ocupa há anos as piores posições em rankings internacionais de competitividade. São mais de 60 tributos, incontáveis normas e regras que mudam diariamente.
Por que isso afeta tanto as empresas?
- Custo operacional elevado apenas para manter compliance fiscal.
- Risco jurídico devido à falta de clareza das leis.
- Multas pesadas por erros que muitas vezes ocorrem devido à própria complexidade.
- Imprevisibilidade legislativa, dificultando investimentos.
Segundo estudos do Banco Mundial, uma empresa brasileira gasta cerca de 1.500 horas por ano apenas para lidar com seus impostos, enquanto a média da América Latina é de 330 horas.
Isso significa que o Brasil não só cobra muito, como cobra mal.
A sanção da lei n.º 14.798/2023 e o impacto no caixa das empresas
A lei 14.798/2023, sancionada recentemente, trouxe ajustes fiscais que, na prática, aumentaram custos de diversas empresas, especialmente no setor industrial.
Entre seus efeitos, destacam-se:
- aumento de contribuições em produtos específicos;
- maiores exigências de declarações;
- redução de incentivos que garantiam competitividade;
- alterações nas regras de crédito tributário.
Para muitas empresas, isso significou menos margem de lucro e mais obrigações para cumprir, o que tornou ainda mais pesada a permanência no Brasil.
Quando as indústrias vão embora, quem perde é o trabalhador
É comum ouvir que empresas saem do país por pura ambição de lucro. Mas a realidade é muito mais simples: elas querem sobreviver.
Quando uma indústria migra para outro país:
- empregos diretos são perdidos;
- empregos indiretos desaparecem (transportadoras, fornecedores, comércio local);
- municípios veem queda na arrecadação;
- cadeias produtivas inteiras ficam fragilizadas.
No final, quem paga o preço é o trabalhador. Sempre.
O alerta da CEO da Lupo: um recado ao Brasil inteiro
A fala de Mariana Gonçalves, CEO da Lupo, viralizou porque escancarou uma verdade que muitos preferem ignorar: o Brasil trata o empresário como vilão, quando na verdade ele é o maior gerador de empregos do país.
Empreender no Brasil é um ato de coragem. Sobreviver como indústria é quase heroísmo.
Sua fala revela que:
- a indústria nacional está no limite;
- a desvantagem tributária em relação a outros países é gritante;
- o Brasil corre risco real de desindustrialização.
E na contramão do Brasil: o Paraguai dá um show de competitividade
O Paraguai tem se destacado como um dos países mais atrativos da América Latina para empresas industriais. Sua proposta é simples: menos impostos, regras estáveis e menos burocracia.
Por que o Paraguai está atraindo tantas indústrias?
- Carga tributária simples e justa;
- Imposto único para empresas instaladas em regimes especiais;
- Energia extremamente barata (a segunda mais barata do mundo);
- Leis claras e de fácil compreensão;
- Segurança jurídica;
- Incentivos reais para geração de empregos.
É exatamente o contrário do que acontece no Brasil.
Para o empreendedor brasileiro, qualquer alívio fiscal faz diferença
O empresário brasileiro luta todos os dias para manter as portas abertas. Ele enfrenta:
- carga tributária alta;
- burocracia excessiva;
- fiscalização pesada;
- concorrência desleal;
- instabilidade econômica.
Por isso, quando o Paraguai oferece um ambiente mais justo, é natural que empresários despertem interesse.
Não se trata de fuga. É sobrevivência.
O Brasil precisa decidir quem ele quer ser
O país tem tudo para ter uma indústria forte: mão de obra qualificada, infraestrutura razoável, mercado consumidor gigantesco e potencial de crescimento enorme.
Mas enquanto continuar tratando quem produz como inimigo, continuará perdendo fábricas, empregos e competitividade, pode tornar o Brasil a roça do mundo.
A fala da CEO da Lupo foi um sinal claro: ou o Brasil muda, ou continuará vendo suas indústrias cruzarem a fronteira.
Você também acredita que as Indústrias brasileiras indo para o Paraguai por causa dos impostos é uma consequência de uma reforma tributária mal feita?
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Por Sonia Maria Custodio dos Santos Advogada e Editora-Chefe do Soniaideias.com. Focada em trazer sabedoria prática para uma vida plena e consciente.
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