Brasil Empurra Suas Indústrias para o Paraguai

Indústrias brasileiras indo para o Paraguai por causa dos impostos

O ambiente tributário brasileiro há décadas se tornou um verdadeiro labirinto de regras, taxas, contribuições e obrigações acessórias. A carga tributária já é uma das mais altas do mundo, mas o problema não está apenas no volume de impostos e sim na complexidade absurda que transforma o ato de produzir em um desafio diário. Cada nova lei, circular, portaria ou atualização exige horas de estudo, consultorias, sistemas e, claro, custos. E quando o custo aumenta demais, as empresas buscam alternativas.

o Brasil está empurrando suas indústrias para o Paraguai.
Imagem: shutterstock

E é exatamente isso que tem acontecido: o Brasil está empurrando suas indústrias para o Paraguai.

Nos últimos anos, fábricas de diversos setores anunciaram migração parcial ou total de suas operações para o país vizinho, onde a tributação é mais simples, previsível e convidativa. E o caso que ganhou enorme repercussão foi o da CEO da Lupo, Mariana Gonçalves, que afirmou publicamente que, se a situação continuar, a empresa poderá transferir parte da produção para o Paraguai.

Sua fala não foi um desabafo isolado foi um alerta.


O Brasil tem um ambiente tributário caótico

O sistema tributário brasileiro ocupa há anos as piores posições em rankings internacionais de competitividade. São mais de 60 tributos, incontáveis normas e regras que mudam diariamente.

Por que isso afeta tanto as empresas?

  • Custo operacional elevado apenas para manter compliance fiscal.
  • Risco jurídico devido à falta de clareza das leis.
  • Multas pesadas por erros que muitas vezes ocorrem devido à própria complexidade.
  • Imprevisibilidade legislativa, dificultando investimentos.

Segundo estudos do Banco Mundial, uma empresa brasileira gasta cerca de 1.500 horas por ano apenas para lidar com seus impostos, enquanto a média da América Latina é de 330 horas.

Isso significa que o Brasil não só cobra muito, como cobra mal.


A sanção da lei n.º 14.798/2023 e o impacto no caixa das empresas

A lei 14.798/2023, sancionada recentemente, trouxe ajustes fiscais que, na prática, aumentaram custos de diversas empresas, especialmente no setor industrial.

Entre seus efeitos, destacam-se:

  • aumento de contribuições em produtos específicos;
  • maiores exigências de declarações;
  • redução de incentivos que garantiam competitividade;
  • alterações nas regras de crédito tributário.

Para muitas empresas, isso significou menos margem de lucro e mais obrigações para cumprir, o que tornou ainda mais pesada a permanência no Brasil.


Quando as indústrias vão embora, quem perde é o trabalhador

É comum ouvir que empresas saem do país por pura ambição de lucro. Mas a realidade é muito mais simples: elas querem sobreviver.

Quando uma indústria migra para outro país:

  • empregos diretos são perdidos;
  • empregos indiretos desaparecem (transportadoras, fornecedores, comércio local);
  • municípios veem queda na arrecadação;
  • cadeias produtivas inteiras ficam fragilizadas.

No final, quem paga o preço é o trabalhador. Sempre.


O alerta da CEO da Lupo: um recado ao Brasil inteiro

A fala de Mariana Gonçalves, CEO da Lupo, viralizou porque escancarou uma verdade que muitos preferem ignorar: o Brasil trata o empresário como vilão, quando na verdade ele é o maior gerador de empregos do país.

Empreender no Brasil é um ato de coragem. Sobreviver como indústria é quase heroísmo.

Sua fala revela que:

  • a indústria nacional está no limite;
  • a desvantagem tributária em relação a outros países é gritante;
  • o Brasil corre risco real de desindustrialização.

E na contramão do Brasil: o Paraguai dá um show de competitividade

O Paraguai tem se destacado como um dos países mais atrativos da América Latina para empresas industriais. Sua proposta é simples: menos impostos, regras estáveis e menos burocracia.

Por que o Paraguai está atraindo tantas indústrias?

  • Carga tributária simples e justa;
  • Imposto único para empresas instaladas em regimes especiais;
  • Energia extremamente barata (a segunda mais barata do mundo);
  • Leis claras e de fácil compreensão;
  • Segurança jurídica;
  • Incentivos reais para geração de empregos.

É exatamente o contrário do que acontece no Brasil.


Para o empreendedor brasileiro, qualquer alívio fiscal faz diferença

O empresário brasileiro luta todos os dias para manter as portas abertas. Ele enfrenta:

  • carga tributária alta;
  • burocracia excessiva;
  • fiscalização pesada;
  • concorrência desleal;
  • instabilidade econômica.

Por isso, quando o Paraguai oferece um ambiente mais justo, é natural que empresários despertem interesse.

Não se trata de fuga. É sobrevivência.


O Brasil precisa decidir quem ele quer ser

O país tem tudo para ter uma indústria forte: mão de obra qualificada, infraestrutura razoável, mercado consumidor gigantesco e potencial de crescimento enorme.

Mas enquanto continuar tratando quem produz como inimigo, continuará perdendo fábricas, empregos e competitividade, pode tornar o Brasil a roça do mundo.

A fala da CEO da Lupo foi um sinal claro: ou o Brasil muda, ou continuará vendo suas indústrias cruzarem a fronteira.

Você também acredita que as Indústrias brasileiras indo para o Paraguai por causa dos impostos é uma consequência de uma reforma tributária mal feita?

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Por Sonia Maria Custodio dos Santos Advogada e Editora-Chefe do Soniaideias.com. Focada em trazer sabedoria prática para uma vida plena e consciente.

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